|
Festas e Reflexões, artigo de Marco Antonio Mota
02/05/2009
Por: Marco Antonio Mota
1º de Maio de 2009. Na verdade n?ão há muito o que comemorar. O "milagre" do livre comércio e dos lucros a qualquer preço foi por água abaixo e, finalmente, o sistema econômico mundial mostrou mais uma de suas cruéis feridas. Não bastasse a enorme miséria e desigualdade social pelo mundo afora, fomos pegos por mais uma "crise" e a euforia do capital sem rumo, sem pátria, sem nada, virou pânico para milhões de trabalhadores empregados e desempregados.
É certo que não podemos jamais esquecer a data. Jamais devemos deixar de lado a História de lutas, conquistas, avanços e recuos da classe trabalhadora por melhores condições de vida. E também é certo que não podemos esquecer a permanente luta dos sindicatos como instrumento de defesa dos interesses trabalhistas. Talvez isso possamos comemorar. Ao menos no Brasil, os sindicatos vêm se firmando cada vez mais como entidades presentes no dia a dia dos trabalhadores e em suas lutas por cidadania. Muitos ainda são os que não reconhecem isso e, pior, os constantes ataques que o sindicalismo sofre por parte daqueles que detêm o poder econômico aumenta constantemente o medo em um mercado de trabalho cada vez mais pressionado, seja pela concorrência, seja pela recessão.
O fato é que devemos sempre pensar no 1º de maio como uma data significativa para o avanço das relações entre Capital e Trabalho. Devemos saber que as mudanças sociais não acontecem como as econômicas e que, cada um de nós, tem o Dever de buscar o bem coletivo para que alcancemos datas cada vez mais comemorativas. Vamos fazer festas? Claro que sim! Vamos comemorar, fazer shows, sorteios? Claro que vamos! É um Direito do trabalhador junto ao seu sindicato. Mas, em nenhuma hipótese, vamos nos esquecer de continuar lutando por aquele companheiro ou companheira que até ontem estava ao nosso lado dentro dos locais de trabalho e que foi demitido por um sistema econômico irresponsável. Certamente, neste primeiro de maio, todos eles também estarão lutando pela reconquista do emprego e da dignidade.
Marco Antonio Mota é Sociólogo e assessor da Federação dos Metalúrgicos do Estado de São Paulo.
|
|